Emprego esquece. Para trabalhar seja relevante.

Na minha palestra “acabou o emprego, mas tem trabalho”, mostro que a forma de ganhar dinheiro está mudando profundamente. Não é apenas o resultado da crise brasileira e mundial, mas sim de uma mudança de paradigma na forma de produzir.

O conceito de emprego surgiu na época da Revolução Industrial, e veio estabelecer relação entre pessoas que vendem sua força de trabalho por algum valor, e pessoas que compram essa força de trabalho pagando o chamado salário, conceito ainda mais antigo. Neste mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambiguo) o emprego tende a acabar, mas o que fica no lugar ? Trabalho, mas desde que seja relevante.

O novo conceito de trabalho para mim é o trabalho empreendedor, e vem permitindo que tenhamos multinacionais com apenas um funcionário, startups competindo com empresas tradicionais, ou o conceito de multi-renda, onde o profissional tem várias atividades que lhe trazem rendimento. Nessa nova realidade não podemos mais nos apegar a cargos e benefícios clássicos.

Falamos de trabalho, mas onde entra a relevância ?

Relevância como conceito é algo que sana uma dor, ou resolve um problema. Algo que merece destaque, que é valioso, indispensável, e tem significado. Em contrapartida, o que não tem relevância pode ser descartado a qualquer momento, ou até que alguma tecnologia ou sistema robotizado possa substituí-lo. É o trabalho que tende comoditização, comprado por preço de atacado, impessoal, baseado nas especificações técnicas, ou o chamado currículo técnico.

Para mim para ser relevante depende de três posturas/atitudes:

  • Ser criativo, adaptável, e ter coragem para se reinventar e propor mudanças sem medo.
  • Ser uma pessoa que vale a pena ser lembrado, seja para uma festa ou um trabalho. Esse é um lugar na sociedade que precisa ser construído sendo generoso e participativo.
  • Desenvolver soft skils como gentileza, colaboração, e outros, que darão a personalização do seu currículo, pois cada um de nós é único enquanto pessoa. Não dá mais para ser uma pessoa no trabalho e outra na vida.

Se você quer um emprego com carteira assinada, benefícios, estabilidade, e outros devaneios, aguarde sentado, ou se conseguir um tenha a certeza que ele não durará muito tempo.

Mas se quer produzir de forma relevante, e não depender mais do sobrenome corporativo, terá chance de ter sucesso neste novo mundo.

Ser frágil não é ser fraco, para ser único amplie seu currículo mostrando também quem você é, e não só o que você fez ou faz. Como diz uma empresa sueca: “Contratamos sorrisos e treinamos habilidades”. Não dá mais para gastar tempo e dinheiro contratando pelas habilidades, e demitindo pelo caráter. Desapegue, sorria, tenha valores morais inabaláveis, e seja o exemplo que quer dar a alguém. Mas principalmente ame e seja amado, pois o mercado cada vez quer contratar pessoas, pois máquinas eles compram ou trocam.

 

CARI-Paulo Mauricio Mello
iBluemaster – Mentor BLUCOMPASS
Marketing e Emprendedorismo.